Você já percebeu que nos últimos anos as empresas estão mudando a relação de trabalho com os funcionários? Isso acontece devido a uma mudança no modelo de gestão, em que as organizações ampliam o foco do lucro para as pessoas com a humanização no trabalho. Claro que o lucro continua sendo um objetivo, porém, deixa de ser o único.

Qual a diferença entre Gestão Humanizada e Orientada a Lucro?

Você pode estar se perguntando, como o foco nas pessoas vai fazer a companhia crescer e prosperar? Bem, o cálculo é simples, ao incentivar o desenvolvimento das pessoas, você cria um ambiente mais colaborativo, onde a conexão com o propósito se faz presente. Isso faz com elas passem a vestir a “camisa” da empresa e atuem como donos para entregar resultado.

Um estudo realizado por pesquisadores da USP São Carlos revela que empresas humanizadas podem alcançar mais que o dobro de rentabilidade financeira em um período de 4 a 16 anos. Estes resultados otimistas devem incentivar mais organizações.

Quando o foco é apenas o retorno financeiro, e não importa quantas horas extras nem as condições de trabalho, a insatisfação e não pertencimento do colaborador impacta em desânimo, na baixa produtividade e na insatisfação do cliente quanto ao atendimento.

Para driblar a perda de clientes, fornecedores e rotatividade de colaboradores, a gestão humanizada surgiu como uma solução mais interessante e efetiva!

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Princípios da Humanização no Trabalho

A sua empresa está com foco em lucro ou nas pessoas? Para te ajudar a responder esta pergunta, abaixo mostramos quatro princípios básicos que norteiam a atuação da empresa com base no modelo de humanização no trabalho.

1. Segurança

Ao atuar baseada neste novo modelo de gestão, as empresas precisam criar ambientes de trabalho onde as pessoas se sintam motivadas e livres de ansiedade, medo de perda econômica ou sensação de que podem ser demitidas a qualquer momento.

O ambiente deve ser seguro, com boa ergonomia e agradável. Isso faz com que os colaboradores se sintam a vontade para expressar suas habilidades e ideias.

2. Equidade

É necessário que haja uma forma justa e coerente de avaliar as condições dos colaboradores, bem como prezar pela equidade e partilhar os lucros da organização de acordo com a contribuição individual de cada um.

3. Autonomia

Para que os colaboradores se sintam seguros e possam atuar de forma autônoma é necessário que a organização encoraje-os a desenvolverem suas competências. Uma forma de proporcionar isso, é investir em feedbacks, cursos e outros recursos que impulsione-os em direção ao desenvolvimento do potencial individual.

Para que isso possa acontecer, é importante que as empresas deem liberdade e autonomia para que o colaborador possa dar sugestões ou mesmo desenvolver sua própria forma de trabalhar.

4. Democracia

Enquanto a liberdade, autonomia e democracia andam de mãos dadas com o modelo de gestão humanizado, é importante destacar que o aumento do controle, supervisão e alto grau de institucionalização andam na direção contrária e são inibidoras deste modelo de gestão. Por isso, se há o desejo de investir neste modelo de gestão na sua empresa, é essencial ter isso em mente!

Humanização no trabalho: um modelo que vai além do lucro

Investir em ações que valorizam as pessoas para que elas se sintam parte do todo, no final, é o que faz diferença. E isso vai além de salário no bolso! Isso tem relação com ambiente, rendimentos, benefícios, cultura, liberdade e propósito.

Essas condutas refletem no resultado global, em inovação (de produtos e processos) e torna a empresa mais competitiva.

Como as empresas estão adotando a humanização no trabalho?

  • Visam um propósito que vai além do dinheiro.
  • Executivos com salários atrativos, mas não abusivos. O co-cofundador e ex-CEO da Costco Jim Senegal, por exemplo, teve um salário de US$ 350 mil e um bônus de US$ 200 mil. Valores bem diferentes do que um CEO geralmente recebe em uma empresa de capital aberto, que pode chegar a US$ 14,2 milhões de remuneração em um ano.
  • As portas dos executivos estão sempre abertas. A Harley-Davidson, por exemplo, tem uma política na qual qualquer funcionário pode falar com os executivos da empresa no dia que desejar.
  • Remuneração e benefícios atrativos e superiores aos pagos no mercado.
  • Mais tempo de treinamento e capacitação dos colaboradores. A The Container Store, por exemplo, investiu em média 263 horas de treinamento aos colaboradores. A maior parte das empresas investem em média oito horas em capacitação.
  • Menos rotatividade. Empresas que atuam com base no modelo de humanização no trabalho geralmente têm taxas bem inferiores de rotatividade do que as que utilizam os modelos tradicionais.
  • Contratam profissionais alinhados a cultura e que sejam apaixonados pela empresa.

Estes são alguns dos aspectos, mas é claro que existem outros que apontam quando um negócio está no caminho certo para ter um ambiente mais agradável e humanizado. Agora que você já sabe o que é humanização no trabalho e conhece seus princípios, pode ajudar a sua empresa a se modernizar e investir no que realmente impulsiona ao sucesso: as pessoas!