O assunto saúde mental nunca esteve tão em alta quanto nos dias atuais. Isso porque, após um período marcado pela maior crise sanitária do século, vimos crescer consideravelmente a procura por ajuda na saúde física, mental e emocional. Confira este conteúdo também em áudio, se desejar! Basta clicar no player abaixo.
Dentro das organizações, o assunto não é tão diferente. Por isso, você pode estar se perguntando: qual o papel do RH?
Bem, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no planeta. Estamos falando de 9,3% da população, o equivalente a mais de 18 milhões de brasileiros que convivem com a ansiedade.
Além disso, vale citar uma pesquisa realizada pela Microsoft em oito países que, ao final de 2020, revelou que pelo menos 44% de brasileiros consideraram-se exaustos no trabalho. Parte disso é consequência da falta de imposição das empresas em estabelecerem limites durante o período pandêmico em home office.
Não foi à toa que vimos um boom na crescente porcentagem de pessoas afetadas pela Síndrome de Burnout, que passou a ser considerada “doença ocupacional de stress crônico no ambiente de trabalho”.
Também foi crescente a insegurança, com altas taxas de desemprego e até redução de jornadas, para cortar custos e fazer a manutenção do emprego.
No entanto, abordar sobre saúde mental ainda é um tabu. É o que reforçam os dados publicados pela Época Negócios sobre uma pesquisa feita pelo Linkedin e Opinion Box: apenas 44% dos profissionais falam sobre saúde mental no ambiente de trabalho.
Infelizmente, muitos lugares ainda mantêm um ambiente corporativo marcado por pressões, estresse, sobrecarga e insegurança. Isso pode se tornar um espaço facilitador para que as pessoas adoeçam, em vez de ajudar em suas evoluções profissionais e pessoais.
Então, como impedir que o ambiente de trabalho das empresas seja tóxico? Será que o RH é uma peça chave no processo de ajudar a cuidar da saúde mental dos colaboradores? Continue a leitura e descubra!
Por que a saúde mental dos colaboradores é importante para o RH?
A saúde mental já era um ponto de atenção antes mesmo da chegada do novo vírus. Seguindo a tendência, se tornou uma pauta mais que necessária e urgente, ficando entre as trends do mundo corporativo.
Novos modelos de trabalho, focados no teletrabalho, transformaram as relações humanas, a socialização e o foco dos projetos gerenciais dos RHs.
Como o próprio nome já diz, o RH é o departamento responsável pelos recursos humanos. Portanto, as pessoas são a força motriz de sua atenção, bem como a saúde mental delas.
Colaboradores que trabalham em um ambiente humanizado produzem de maneira efetiva. Por conta disso, eles conquistam melhores resultados, se relacionam com maior facilidade e contribuem para a retenção de talentos.
Portanto, para o RH é muito importante que os profissionais que compõem o time da empresa se sintam confortáveis e acolhidos no ambiente de trabalho Para isso, é importante que tenham à disposição ferramentas de suporte e gestão ao equilíbrio emocional.
Normalmente, organizações que negligenciam a saúde mental de seus colaboradores apresentam um número maior de absenteísmo, rotatividades, ou mesmo a falta de confiança nos valores da empresa, que pode se espalhar rapidamente pelo mundo online e offline. Sem contar a queda de produtividade.
É importante reforçar que criar uma cultura organizacional humanizada vai além do objetivo de produzir melhor. A preocupação com a saúde mental dos colaboradores por parte do RH é, sem dúvidas, uma contribuição para todo um coletivo que se estende além do ambiente de trabalho.
Saúde mental x doenças no trabalho
Sabe aquele ditado, ‘Mente sã, corpo são?”. É isso e mais um pouco.
A saúde mental envolve uma série de fatores que se conectam, como por exemplo, aspectos sociais, biológicos, culturais e, ainda, psicológicos. Ou seja, sozinha, uma pessoa não pode garantir que a mente esteja sempre sã, porque nós vivemos sob a análise contextual e fatores que são de risco.
Falando especificamente do ambiente de trabalho, vamos refletir: como um colaborador pode manter a sua saúde mental se vive constantemente sob pressão de prazos, fazendo horas extras, ou atuando com sobrecarga?
Práticas abusivas no mundo corporativo são a porta de entrada para doenças psicológicas, colaboradores angustiados e infelizes.
Mas para tudo existe uma solução, e com o uso de ferramentas e estratégias implementadas é possível identificar alguns fatores de risco e evitar doenças no trabalho.
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9 fatores de risco para a saúde mental dos colaboradores
E, já que falamos sobre risco, veja abaixo uma listagem de fatores que podem ser evitados para não prejudicar a saúde mental dos colaboradores:
- Assédio
- Bullying
- Jornada de trabalho excessiva
- Ameaça de desemprego
- Falta de comunicação
- Pouco ou nenhum apoio aos colaboradores
- Falta de clareza nas tarefas e objetivos
- Carga de trabalho alta
- Problemas na interação com os colegas
Assim, medidas estratégicas podem ser tomadas pelo RH a fim de evitar que os itens acima sejam uma realidade na empresa. Alguns exemplos são:
- planejamento
- pesquisas de clima
- uso de ferramentas tecnológicas de gestão
- feedbacks.
Falaremos mais sobre isso adiante!
O que é work life balance?
Termo cada vez mais difundido no RH, work life balance é o equilíbrio entre vida e trabalho.
Utilizando esse conceito como norte, o RH deve estimular que seus colaboradores mantenham a vida profissional e pessoal equilibradas, para terem melhor rendimento laboral e preservar a saúde mental.
Dois fatores podem ser decisivos para que isso aconteça: gestão do tempo do colaborador e a gestão na retenção de talentos por parte da empresa. Ou seja, existe uma responsabilidade compartilhada para que esse equilíbrio aconteça de forma prática.
Se, por um lado, o profissional precisa gerir o seu tempo e estabelecer limites para não extrapolar a dedicação ao trabalho, por outro, a empresa deve se comprometer a oferecer um ambiente propício para que isso ocorra.
Algumas práticas para o work life balance estão relacionadas a repensar os variados regimes de trabalho e o contexto em que os colaboradores convivem. Um exemplo disso são profissionais que têm filhos em casa e podem precisar de maior flexibilização de horários.
Um outro exemplo é o anywhere office. Adotando esse modelo híbrido, é bem possível que um colaborador realize viagens para trabalhar em lugares diferentes, seja para fazer um curso ou sair do seu ambiente de casa. O colaborador pode até mesmo morar fora da cidade sede da empresa sem que isso gere problemas.
Dessa forma, adotar o work life balance pode ajudar a criar um ambiente corporativo saudável, produtivo, engajado e que prioriza as pessoas. Não se pode esquecer que o capital humano é essencial para o sucesso da maioria dos negócios.
4 dicas para melhorar a saúde mental e a qualidade de vida dos colaboradores
Veja agora algumas medidas que podem ser adotadas pelo RH para que o ambiente da sua empresa se torne prazeroso e amado pelos profissionais!
1) Comunicação em dia
Manter a comunicação clara e constante com as equipes, sobretudo em modelos remotos e híbridos, ajuda a manter o alinhamento de informações e sensação de pertencimento.
Dessa forma, ouvir a equipe é uma ótima oportunidade de ajudar, entender e evoluir em conjunto!
2) Liberdade e flexibilidade
Garantir autonomia nos processos e flexibilização no horário de trabalho pode ser uma ótima estratégia para a saúde mental do colaborador. Isso porque é possível que o profissional faça a gestão do seu tempo e trabalhe com mais liberdade.
No entanto, vale um ponto de atenção: é preciso que as lideranças acompanhem se as entregas estão sendo devidamente realizadas na carga horária proposta.
Portanto, quando falamos em dar liberdade, não estamos nos referindo à ausência por completo do RH. A área precisa estar ainda mais presente em modelos mais flexíveis, para evitar o afastamento do colaborador e a falta de controle de cumprimentos trabalhistas.
Nesse caso, é hora de utilizar a tecnologia a favor, fazendo uso de ferramentas de RH para otimizar os processo da empresa, como:
- Absenteísmo e pontualidade
- Saldo de horas dos colaboradores
- Custo de folha de pagamento por equipes
3) Pesquisas regulares
Realize pesquisas esporádicas sobre o ambiente empresarial, colete impressões sobre benefícios e outros detalhes que interferem no clima da organização.
Assim, utilize os insights para melhorias, pontos de atenção e até ações que o RH pode adotar, como por exemplo: treinamentos, eventos, reuniões, confraternizações e demais.
4) Cultura de feedbacks
Os feedbacks constituem uma ferramenta muito poderosa para que o colaborador se sinta percebido.
O retorno, seja sobre uma falha ou algo a ser valorizado, é sempre um estimulante de evoluções, o que é muito positivo para a empresa e saúde mental do profissional.
Nesse momento, é importante ser empático(a), ouvir e escolher bem as palavras.
Próximos passos
Cuidar do negócio não se trata apenas de processos, mas principalmente de pessoas. A saúde de uma empresa está diretamente ligada à saúde mental dos colaboradores que a compõem.
Com a competitividade de mercado aquecida, sobretudo pelo motor dos novos formatos de trabalho, reter profissionais talentosos, engajados e que se dedicam é uma tarefa cada vez mais árdua.
Mas, assim como vimos neste artigo, empresas com um RH bem estruturado e que priorizam a saúde mental dos seus colaboradores, conquistam um espaço diferenciado no mercado.
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